
Transcript of O POLICIAL CIVIL APONTOU UM FUZ1L NA MINHA CARA NO MEIO DE TODO MUNDO
Danilo SniderVocêes gostou do trabalho deles? Gostou do Griber. Porra, mano, aí sim. O Griber é... Griber é guerreiro. Griber é guerreiro. Está aposentado hoje. Muito bom, Polícia. O Carlos Aquino falou: Fala do dia que sentou cara que só falava mano, mano, mano, e acharam drogas no ônibus e ele foi escrivão. Os caras lembram de cada coisa, mano. Vamos lá. Foi escrivão ad hoc. Eu dava aula em Arasatuba. Eu chegava à noite, 22h00, saia de São Paulo para ir para Arrasatuba da aula. Nossa, longe, mano. Longe, cara. E aí, tinha cara do meu lado, eu pegava sempre a janelinha para ir dormindo, para aguentar a noite inteira de viagem, chegar lá de manhã e dar aula, sábado e domingo, o dia inteiro. E aí, desse meu lado, cara, dia tinha noia sentado lá. Maldito. E o cara, muito doido. E aí o cara lá: Mano, cara, mano, cara, mano, cara, mano, cara, mano. Falei: Irmão, já vi que você está bem doido. O cara, mano, o cara... Falei: Então é o seguinte, brother, você fica na boa aí, que eu vou dormir, preciso dormir, cara. Mano, o cara, mano, o cara... Chupando o nariz e mano, o cara...
Queimando e mordeu a oreja... Me enchendo na boa assim, mano, o cara, mano, o cara... Falei: Está bom, então você fica na boa. Aí eu sei que eu dormi, cara, acordei na parada, uma hora da manhã e estava falando sozinho: Mano, o cara... Aí eu falei: Beleza. Aí eu desci, tomei café, voltei, e ele falando Mano, cara, mano, cara. Deitei de novo e dormi. Quatro horas da manhã, cara, acordei o moleque: Mano, cara, mano. Aí paramos porque? O bloqueio da Polícia Civil, cara. Meio que delegado de Polícia e veio uma espingada da calibre 12, veio com tudo na minha direcção: Mão para a cabeça, eu falei: Pelo amor de Deus. E veio com uma espingada apontada na minha direcção, dedo no gatilho: Mão para a cabeça, eu falei: Calma aí, Joe, tire esse dedo do gatilho aí, doido. Aí e ele pegou perto de mim e apuntou para o moleque. Aí, o moleque: Manda o cara. Aí eu já saí por debaixo, saí fora do outros, está preso em flagrante, pegou a bolsa do moleque, tijolo de cocaína desse tamanho, deu uns tapas na cara do moleque, do nariz do moleque, desceu umas rochas. Onde é que o moleque estava doido?
Estava cheirando pedra. Meu Deus do céu, cara. Aí pegou, cara. Flagrante, 4 horas da manhã, flagrante. Falei: O quê? E lógico, ele queria quem? Para ser testemunho? Porque ele estava do lado. Eu me escondi debaixo do ônibus lá. O delegado desceu: Cadê aquele mocinho que estava aqui do lado do ônibus? Eu debaixo do.... Aí eu tinha tiozinho: Ele está aqui debaixo do ônibus. O que te imagina, mano? O cacueta, filha da mãe. Falei: Olha, você vai ser a testemunha. Eu falei: Doutor, doutor, acontece que eu sou o primeiro tenente da Polícia Militar. E lá em São Paulo, policial militar não é bem visto como testemunho. Não é? Tu sabe disso? Aí ele falou assim: então, mas aqui em Arasatuba, eles adoram miliciar o nome de cara. Falei: putz, a aula começava 7h00 da manhã, já era quase cinco, cara. Falei: a gente nos dá 4h00. Falei: então vamos começar logo isso aqui, vamos começar logo, porque eu tenho que chegar para dar aula. Não, pode esquecer, porque aqui o escrivão só chega às 11 da manhã. Falei: o quê? Não, cara, vamos fazer... Não, O escrivão só chega às 11:00, falei: Doutor, faça o seguinte: Pegue sua varinha de condão, bate em minha cabeça, e me transformem em escrivão.
No escrivão, aí, olha. Eu posso atuar como escrivão. E eu tenho experiência, já que eu trabalho em SJD, deixa comigo que eu ouço rapidinho. Duas testemunhas, o senhor como condutor, ele só tem o acusado para ouvir, o depoimento dele é só é o quê? Fala mano. Mano cara, mano cara, mano cara. Contra você, contra o V. Então, e foi assim que eu fui escrivão a toque, cara, dessa porra. Caraca, e.
Em cada episódio, mergulhamos em conversas profundas e autênticas, mas lembre-se: as opiniões expressas pelos nossos ...