Transcript of O POLICIAL QUE SE ACHA PORQUE M4T0U UM L4DRÃO É UM OTÁRIO
Danilo SniderO que eu posso falar sobre ocorrências de resistências, seguida de morte? Brother, momento na minha vida, momento na minha vida como policial, e como professor, eu achava isso aí o máximo. Deixa, deixa. Eu achava isso aí o máximo. Então eu achava que era certo o policial se orgulhar disso e bater no peito e falar: Não, eu matei vagabundo mesmo, tal. Mas depois, cara, eu cheguei à conclusão, depois que Deus tocou o meu coração, que isso é uma coisa lastimável. Por quê? Porque tirar a vida de pessoas, brother, não é uma coisa que agrada a Deus, não é uma coisa que agrada a Deus. Aliás, não agrada ninguém. Obviamente que se é necessário, se é indispensável, é uma outra situação. Mesmo porque Deus prepara tudo isso. Inclusive o óbito da pessoa que vai no enfrentamento da Polícia. Mas entre uma circunstância necessária e outra, você se vangloriar disso, não, cara, não. E eu uma época, me orgulhava disso. Batia no peito, eu matei, matei. E hoje eu não vejo mais nessa forma. Hoje eu não vejo mais. Deus não se agrada disso. Então, eu, as ocorrências que eu tive, e a primeira até foi com o Cabo Adeval, a primeira derrubada, como a gente falava, foi com ele, mas todas foram casos de absolvição, todas.
Não foi nenhuma absolvição por falta de provas, foram todas as absolvições por escrudentes de antijuridicidade. Elegítima defesa, a gente tem uma defesa e combinada com estrito cumprimento do dever legal. O pessoal não gosta de colocar o estrito cumprimento do dever legal? Nossa, mas o policial não tem o estrito, o dever de matar ninguém. Lógico que não. Mas quando o policial é convocado, ele demanda a atuação dele no combate ao crime, automaticamente ele está agindo no estrito cumprimento do dever legal e ter que encarar a bronca lá, entendeu? Então, ele age no estrito cumprimento do dever legal e em combinação com a legítima defesa que demanda a injusto agressão. Mas todas aconteceram. Agora, o que o pessoal talvez tenha dado vazão a essa onda que se instalou aí contra a minha pessoa, é o que a gente falou. A gente dava aulas criando personagem, o personagem Capitão Normerto. As aulas sempre foram de direito pé no saco. Aula de direito é uma coisa monótona mesmo. Então você tinha que, dentro de uma aula, criar uma sensação para o cara acordar. Uma piada, uma brincadeira tal. Não, se você é brincadeira com isso, piada Não é, cara, é uma aula policial.
Em cada episódio, mergulhamos em conversas profundas e autênticas, mas lembre-se: as opiniões expressas pelos nossos ...